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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Com tantas pessoas por perto,certas vezes prefiro ficar sozinha, contar coisas a mim mesma,relambrar coisas que só eu posso saber, fechar os olhos enquanto as imagens vagam na minha mente, e até capitalas totalmente preciso de silêncio. Hoje tive um momento de estresse, não diria raiva pois foi passageiro. Eu acordei com minha mãe falando, o sol incendiava meus olhos,ela falava alto e demasiadamente, eu quase não a entendia, eu só sabia que ela sairia a alguns instantes, mas hoje não era meu dia de sorte, ela teve que falar alguma coisa desagradável a mim. Me dirigi ao banheiro, sentei no vaso fechei meus olhos, e a primeira imagem que me veio na cabeça foi de meu pai. Ouvi o barulho do portão, ela havia saido, e sem se despedir, mas fiquei feliz pois acho que se isso acontecesse seria outro falatório, e hoje, não estou afim de gastar sáliva com aquilo que não é de meu agrado.
Como de costume, cortei os temperos, peguei a frigideira, ovos e manteiga e preperei um omelete, o suco cor de rosa sem vida na geladeira, se mostrou um bom suco de goiaba, enquanto eu comia conversava com meu eu interno,sobre o que se passa em minha mente, lembrei-me de minha infância, não sei dizer ao certo se era feliz, mas eu creio que eu era sim, comparado ao meu presente, eu era inocente e não via as consequencia das coisas, eu era a menina dos olhos de meus pais, e hoje eu nem sei o que sou. Lembrei-me de meu primeiro romance, coisa clássica, era bom, mas comparados aos de meu presente eles são melhores e mais interessantes. Lembrei de meu pai, aquela figura paterna até hoje me enche os olhos, eu não sei onde está, nem onde anda, se está vivo, mas não pense que não me importo, tenho muita vontade de revê-lo. Sei que ele não estará mais como antigamente, sempre com roupas sociais, a pasta embaixo do braço, aquele cheiro, de pai, os sapatos brilhantes, sua figura alta, de 1,80 metros ou mais, não me recordo tão bem, pois a última vez que o vi foi aos meados de 2005, extamente sete anos atrás. Mesmo ele tendo se separado de minha mãe, e que não tenha mais dado noticias, não sinto odio dele, como minha mãe deseja que eu tenha, e como todos de minha família, eu sinto carinho ainda acreditem ou não. Ele me contava histórias antes de dormir, fantasiava aquilo tudo, chegava a sentir todos os lugares e pessoas perto de mim, histórias de seres mitológicos, que ainda rondam minha mente, ele me fazia sorrir, trazia caixas de chocolate toda semana, e por onde andava, lembrava de mim com uma bala, que me entregava no fim do dia ao voltar do trabalho. Quando eu tinha quatro anos ou menos talvez, nós moravamos em Manaus, e ele trabalhava e sempre chegava a noite, ao chegar ele buzinava, e eu saia correndo, entrava no carro, sentava no colo dele e saimos pra dar uma volto no quarteirão, eu "guiava" o carro, buzinava e voltavámos pra casa. É, eu sinto sua falta, acho que se morasse com ele, ele me entenderia, ele nunca brigou comigo, e sempre que minha mãe levantava a voz pra mim, ele me protegia, ele sim me entenderia, e me aceitaria.

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